sexta-feira, 7 de maio de 2010

Uma voz (isolada) a favor de Luxemburgo

Escrevi agora pouco sobre os jogos decisivos das quartas-de-final da Copa do Brasil aqui. Tentei sintetizar o que penso desse Palmeiras, medíocre, que ando vendo jogar. Que não tem coragem, não tem jogada, não tem nada. Nem vontade tem. Bom, quem tiver algum interesse, se é que há alguém, em ler o post, o link ta aí acima.

Em um destes jogos tivemos o caso Luxemburgo. São quatro da manhã, é um dia feliz (o Palmeiras vai cair no Brasileiro, não tinha mesmo chances na Copa do Brasil, então, vamo ligar o foda-se ae) e tentarei ser bem direto, embora eu tenha certa dificuldade e não muito raro me empolgo ao escrever.

Tudo começa no ano passado, com Luxa técnico do Santos. Com todos os seus defeitos, ele quem começa a utilizar Felipe, Ganso, Pará, Neymar, André e cia. (o próprio Robinho deve, gostem ou não, bastante ao ARROGANTE e PREPOTENTE treinador) O ano agora é 2010, o Peixe ganha e faz uma musiquinha ameaçando Luxa. Ele não gosta e declara isso. No jogo de volta, na Vila, o técnico é hostilizado com palavrões, toma cuspidas e os atletas santistas não o cumprimentam.

No fim do jogo, Luxemburgo nega-se a dar entrevista, ou melhor, assim parece que ele se recusou por arrogância ou coisa do tipo. Ele apenas fez um pronunciamento, no qual deixou claro sua tristeza e indignação com os jogadores. E foi embora. Quem souber pelo amigo do fato, vai reforçar as críticas que frisei acima, de prepotente e arrogante. Quem viu a declaração ao vivo sabe que não. Pelo contrário. Luxembrugo mostrou um lado que nunca tinha visto antes no futebol. Além da nítida decepção, não precisava se rmuito sentimentalista para se emocionar um pouco que seja com a imagem. Luxa estava quase chorando ao falar.

Muitos rebateram, dizendo que foi apenas brincadeira dos santistas. Desta vez, por incrível que pareça, fico do lado do treinador atleticano. E até por isso fiz questão de ressaltar as críticas sobre ele, as quais quem acompanha um pouco do que escrevo, sabe que constantemente as faço (embora confesse que vendo hoje Zago, sinto certa saudade do CARO -outra crítica - Luxemburgo, pois ao menos o time tinha organização tática).

Uma das coisas que aprendi na vida é que devemos ter muito cuidado com as brincadeiras que fazemos. Não venham com o discurso utilizado pela imprensa e pelo Dorival, de que "só se brinca com quem se gosta". Como dizia, aprendi que devemos ter muito cuidado com as brincadeiras -se for mesmo brincadeira - que fazemos. O que pode ser divertido//engraçado e afins para nós, pode ser extremamente ofensivo para outros.

Eu entendi sim a decepção de Luxemburgo. Esses meninos que o colocaram como fonte de brincadeira, até de ameaça dependendo do lado que se queira enxergar, foram lançados por ele, Luxemburgo. Até então não eram nada nem ninguém. Gratidão é um valor básico, por maior talento e dom que se tenha, deve sempre ter um minimo de gratidão com quem te ajuda quando você ainda não é nada ou ninguém.

Imagine que você pega uma pessoa na rua, dá toda atenção, carinho e sustento para que ela cresça e se desenvolva. Depois, com ela formada, com vida feita, essa pessoa vem e te humilha, simplesmente esquecendo o que você fez por ela. É ou não de se indignar? O exemplo, como costumam ser em regra meus exemplos, é tosco, mas creio eu que serve. Do contrário nem o colocaria no post, que como já antecipara, acabei me empolgando.

Voltando ao que interessa, e não coloquei esse exemplo á toa, pois conheço um caso exatamente assim, de ingratidão, ao vivo e a cores. Foi o que Luxembrugo sentiu: ingratidão. Podem os amigos discutir se Luxemburgo foi ou não de fato bom para estes atletas. Mas o que vale aqui é o "eu", é a pessoa. Gostem ou não, a primeira mão destes craques de bola, foi dada pelo Luxemburgo. Pode não ter sido nada muito definitivo, pode até ser um tanto inputil, mas foi uma mão, e isso não pode ser esquecido. Ingratidão é algo que não suporto, e é isso que os santistas estão mostrando. Não só na música, que no mínimo foi uma senhora falta de respeito, pois duvido que cantariam se ivessem perdido a final, mas também por não terem ir cumprimentar o técnico ante da bola rolar.

Enfim, pode ser que os amigos que lêem o texto sejam rigorosamente contrários, achem super divertido o que fizeram os santistas, que Luxemburgo, mais uma vez, seja o vilão da história. Respeito. Contudo, se quiseram me convencer do contrário, preparem a argumentação. (e por favor, qualquer objeção, bora pros comentários, aqui é tudo livre)

Luxemburgo hoje me comoveu, como NUNCA tinha feito antes, em mais de 500 jogos vistos, um zilhão de coletivas escutadas. Dezenas de programas espoortivos assistidos. Nem falando de família, nem de religião. Luxemburgo já errou muito, como já acertou muito na vida, mas a cena que vi hoje, me tocou. Arrisco-me a dizer que, de certa forma, até me emocionou. Se pegarmos meus posts que o tenham inserido, certamente que 70% são de críticas. Não importa. Dessa vez ele é vítima, ao menos sob minha visão.

É bem provável que a imagem do homem durão, arrogante, prepotente, ultravalorizado etc e etc aparecendo quase chorando na televisão tenha ajudado nisso. Luxa ja ganhou muito. Já perdeu demais também, e nunca se negou a dar coletiva. Os 4x1 do Sport que outro dia relembrou o amigo Maurício Targino em seu ótimo blog em tom de brincadeira, tiveram coletiva. Se ele não a deu hoje, foi porque realmente sentiu o golpe.

E acho que talvez não tenha nem sido só a dancinha e o não cumprimentar. A cusparada é algo de chamar atenção. Lembram do caso Danilo-Manoel? A comoção geral a favor do atleticano (eu incluso) não foi apenas por racismo, mas também pela cusparada (e se você achou que o problema do cuspe foi APENAS pelo homem Manoel ser afro-descendente, reveja seus conceitos de racismo urgentemente).. Não se cospe na cara de outra pessoa em hipótese alguma, independente de sua etnia. Isso veio da torcida? Pois veio da torcida para a qual Luxemburgo trouxe um título brasileiro.

Não vou nem julgar a frase forte do "nunca mais treino o Santos", mas que fique aqui minha defesa a favor de Luxemburgo. Só o defendi antes no caso Keirrison, quando foi demitido defendendo interesses do Palmeiras (outra cagada de Belluzzo), mas hoje não só o defendo. Senti pena . Senti dó. São coisas que não quero sentir nem do meu inimigo (que por sorte não tenho e não pretendo ter).

A garotada do Santos jogou, joga e continuará jogando muita bola. Mas fatos como esses me fazem repensar sobre o que o amigo Victor coloca sobre a arrogância do time santista. Um fato triste para o futebol. Um fato que não se repita.

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Peço perdão aos amigos se o texto contém muitos erros de grafia ou concordância, e mesmo pelo seu tamanho. São agora quatro e meia da manhã. Pedir muito do cérebro a essa altura é demais. E fiquem a vontade para discordar de qualquer aspecto colocado neste post.

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