quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Bom Jogo

É duro ver jogo do Brasil sem um rádio. Se põe na Band é o gagá Luciano do Valle e seus parceiros que adoram falar bobagem. No Sportv ter que agüentar PC Vasconcelos nos comentarios é dose para elefante. Se às vezes ele é coerente, tem uma máscara... Resta a Globo com o ufanista do Galvão, outro que só fala porcaria... Mas isso é o menos importante. O importante é o jogo, que era de festa para o Brasil, mas valia muito para o Chile.

O Brasil jogou o de sempre, como sempre. Não muda. O Brasil não encanta, joga o simples, às vezes até meio mal, porém, é mortal em contra-ataques. O perigo desse tipo de atuação é de que não vencendo os jogos, fica a imagem de que o time jogou mal. (como poderia sim ser hoje para os mais críticos)

O estilo de jogo do Brasil é um só, mesmo porque Dunga, apesar de me agradar pelos resultados, não é técnico. Ele foi chamado mais por uma mudança de filosofia de uma seleção meio boêmia desde 2005. Deu certo mas nunca o vi como um "professor". Talvez esteja mais para motivador, o que não é demérito. Não adianta entender de tática e não vencer os jogos.

Enfim, essa minha opinião de que Dunga não é técnico explica alguns jogos da seleção. Ora, Dunga tem um estilo de jogo que vê como ideal. Esse estilo é o contra-ataque. Ora, deve receber parabéns: ele conhece o time que tem, com jogadores muito rápidos. Kaká arrancado é espetacular. O problema é que esse estilo é padrão, o Brasil não tem variação. Ao menos não que eu me lembre, tirando um jogo ou outro.

Isso explica, por exemplo, vitórias ótimas contra Uruguai e Argentina, quando fora de casa, jogando no contra-ataque, o time canarinho foi eficiente. Matou as oportunidades que teve. Alguns viram, especialmente contra o time uruguaio, uma exibição de gala, coisa que eu não vi. Vi foi uma aula de contra-ataques e oportunismo. A posse de bola era uruguaia. Pois bem, isso funciona contra seleções "de peso". Mas como explicar empates com vaias (merecidas) contra Bolívia e Colômbia? Simples: o Brasil não teve contra-ataque, tinha que atacar. O amigo deve se perguntar do Peru. Sim, lembre-se que até o 1x0 de pênalti, nenhum chute a gol, muito por dificuldade de armar com muito volante do que por boa defensiva peruana. Depois do 1x0 ficou baba. (menos necessidade de atacar)

O time de Dunga tem dificuldade de criar. Ou melhor, não é que tenha dificuldades, mas não monta seu time para isso. Quer prova maior que seu esquema? Três volantes, por mais que dois deles saiam para o jogo, é típico de quem tem como prioridade a marcação, ou então de quem não tem zaga. Lúcio e Juan, bem como os reservas, anulam por completo a segunda possibilidade.

Mas deixemos de enrolação. O Chile tem o brilhante Bielsa no comando, sem ironia nenhuma. Bielsa joga como eu gosto: atacando. Não improta se é aqui, na China, no Iraque ou em outro lugar qualquer. Quer ganhar. Acho isso digno de aplausos. (ter Bielsa e deixar Maradona no comando...)

O Chile perdeu, sim, 4x2. Mas perdeu atacando. Mesmo com o Brasil abrindo 2x0, até então o Chile não estava na retranca. Sei, o Chile permitiu a especialidade do Brasil, os contra-ataques. Porém, será que adiantaria ficar todo atrás? O "se" não existe. Baseado no que é concreto, mantenho a opinião. Ora, o Chile era vice-líder jogando assim, ou seja, atacando.

O Brasil, para quem tinha mil desfalques, até que tinha boa posse de bola na primeira etapa. Na minha concepção, isso devia-se, além da evidente maior qualidade brasileira, ao fato do time chileno dar certo espaço. E o gol veio da forma mais esperada: em uma bola alçada. Nilmar desviou e só foi comemorar. O cruzamento, é bom registrar, foi de Daniel Alves.

Pouco tempo depois, Nilmar, a mil no jogo, roubou uma bola em que a defesa chilena foi brincar, passou para Daniel Alves, que tocou de primeira para Júlio Baptista, também de primeira, marcar um golaço. 2x0.

Se o Chile tivesse ido para montar uma retranca, jogo decidido. Porém, é Bielsa. É verdade que muito da emoção do jogo deve-se a um pênalti num lance isolado, que não dá para pôr na conta dele. O penal foi indiscutível e Suazo converteu.

No começo do segundo tempo, Felipe Melo foi (bem) expulso. Logo em seguida o Chile empatou. O resultado não significava muito para o Chile, que queria sua vaga com a vitória. Nada mais correto: um a mais, "vamos" pra cima. O problema é que deixou o Brasil em sua especialidade: contra-ataques. Porém, até por certo desentrosamento, esse contra-ataque não vinha.

Na primeira chance de todo segundo tempo, o Brasil de sempre, eficiente, que não joga bonito, geralmente marca mais do que ataca, mas mata suas chances. Nilmar. 3x2. Logo em seguida o gol da morte chilena. E só podia vir dele: Nilmar again.

4x2, e mesmo em um jogo difícil, para não deixar de ser freguês, o Chile tomou quatro gols.

Apesar de certas dificuldades normais do jogo, gostei muito da atuação brasileira. Foi bem o time, especialmente no primeiro tempo. No segundo foi mais dominado, algo natural pela expulsão. E gostei do Chile, da postura ofensiva. Time assim merece ir pra Copa.

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-A Argentina perdeu de 1x0 (hahahahaha) e se complica. Sorte que agora tem a baba do Peru pela frente. Porém a definição será diante do Uruguai, com chances de vaga. Que jogo!

-A Venezuela venceu o Peru por 3x1. Agora está na briga. Não acho que o time venezuelano garantirá vaga, mas é fato que o país melhorou muito no futebol. Pra quem era saco de pancadas até outro ano disputar vaga é sonho!

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