segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Coerência

Dunga teve como marca registrada como técnico da seleção a crítica. Sempre foi atacado, especialmente pela imprensa. A torcida brasileira o questionava também, mas geralmente tinha razão, em jogos muito ruins do time do "professor". Porém, em um aspecto, ele não pode ser sequer ser questionado: sua coerência na convocação. Por exemplo, quando todos pediam Rogério Ceni, ele chamou Júlio César. O rapaz deu conta do recado e, por coerência, nunca mais foi esquecido.

Além disso, Dunga tem muito respeito com quem aceita as convocações e vai. Gilberto Silva é seu melhor exemplo. Era titular do Arsenal em sua primeira chamada da Era Dunga. Quando voltou, já era reserva e hoje foi parar na Grécia. Independente se foi culpa da ida para a seleção ou não, uma coisa pode ter implicado na outra. Portanto, até por respeito e coerência, Dunga continuou chamando-o, mesmo que mal. Aliás, bom destacar que Gilberto foi espetacular contra a Argentina. Muito bem, como há tempos eu não via.

Pois bem, Dunga perdeu alguns jogadores no jogo contra os hermanos e não tinha sequer como montar um banco de reservas no duelo contra o Chile. A CBF, só para não perder o costume, demorou, mas divulgou uma lista de reposição para Kaká, Lúcio, Luís Fabiano e Ramires, todos suspensos. Robinho não poderá jogar, mas não se fazia necessário outro nome para um só jogo. Aliás, esse não fará falta. Não vem jogando nada.

Dunga chamou quatro atletas, todos de forma coerente. Foram eles: André Dias, Cleiton Xavier, Diego Souza e Diego Tardelli.

Como já escrevi acima, Dunga tem como marca registrada nas convocações a coerência. Anteriormente convocara o Tardelli. Eu não o acho jogador de seleção, porém, na oportunidade que teve, foi muito bem. Outra chance deveria chamá-lo. A oportunidade veio e a coerência persisitiu.

Mas havia outras posições para ser completadas. Alguns palpitavam convocações. Uns, com sarro, pediam Obina já que ele é da Bahia. Outros, com certa ironia e certa razão, pediam Roger, do Vitória. Não que seja jogador bom, mas já está lá. Outros pediam Diego Souza, já que ele está suspenso e há tempos vinha sendo "convocado" pela imprensa.

Todavia, pouco importa a suspensão. Até onde sei, o jogo é no fim-de-semana. O jogo é em Salvador, não na Arábia. Porra, não dá pra chegar até sexta? Acho que dá.

Dunga completou os chamados. O primeiro foi Diego Souza, que independente do coro da imprensa, vem jogando muita bola. Merecia sim uma vaga.

Outro chamado foi Cleiton Xavier, aquele que escrevo por aqui que joga muito desde ano passado pelo fraquíssimo time do Figueirense. Esse ano venho defendendo-o o tempo todo. Até quando uma besta palmeirense (infelizmente) que prefiro não escrever o nome o chamou de jogador medíocre porque ele não fez mais gols depois de 5 em cinco jogos (típico de quem não sabe nada, afinal, é só ver suas assistências, muitas que viraram gols). O Cleiton é hoje o maior assistente do Brasileiro, com 13 assistências. Uma convocação, a meu ver, merecida.

Por fim, Dunga chamou André Dias, depois de Miranda, o melhor zagueiro do Brasil hoje. Novamente Dunga teve certa coerência. Alguns dirão que Chicão é melhor (coisa que eu não acho) ou que outro beque merecia mais, porém, André vem jogando bem faz tempo, como Diego Souza. Logo, nova coerência. O único problema aqui é um que já coloquei algumas vezes: André não sabe jogar no 4-4-2, e o Brasil só joga no 4-4-2.

Claro, esses jogadores provavelmente não jogarão, afinal, estão indo de última hora, mais para completar banco. Porém, são jogadores que tem uma oportunidade para mostrar que podem ser chamados para um futuro próximo.

E é bom lembrar que jogadores ó poderiam ser chamados aqui do Brasil pela proximidade do jogo. Acho que Dunga poderia dar mais uma chance para Diego, que hoje esta na Juve, mas não seria possível agora.

Dunga, novamente, foi coerente.

Nenhum comentário: