sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Campeonato da hipocrisia vem aí!

Desde o dia 6 de dezembro, também conhecido como dia do ENEM ou da rodada final do campeonato nacional, não tenho visto muitos jogos. Mas esse tédio finalmente acabará. Amanhã, às cinco da tarde, no Palestra Itália, a bola rolará para o campeonato paulista. Palmeiras e Mogi Mirim estrearão oficialmente no torneio. Logo a seguir a bola segue rolando. Começará, enfim, a temporada 2010.

O campeonato Paulista é igual ao Big Brother: há quem ame, há quem odeie. Eu faço parte dos que amam. E não só o Paulistão, mas como outros Estaduais. Principalmente aqueles que não envolvem grandes times e que em vezes sustentam pequenos clubes do Brasil.

O Paulistão, com certeza mais que absoluta, é o torneio estadual com mais qualidade técnica agregada. Dos 20 clubes, 12 disputam ou a série A ou a série B do torneio nacional. Da primeira divisão surgem Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Guarani e Barueri. Na segunda temos Portuguesa, São Caetano, Ponte Preta, Guaratinguetá, Santo André e Bragantino. Isso sem contar o MAC que está garantidos na série C.

E a qualidade técnica cria uma situação interessante. Muitos clubes tradicionais, principalmente os cariocas, utilizam dos estaduais simplesmente para um preparatório. (E digo principalmente os cariocas pelo regulamento). Ocorre que no paulistão, o time que pensar assim, dança. E feio. O Santos no ano retrasado deu uma cochiladinha. Apesar de uma incrível reação, já era tarde demais. Ano passado ficou perto de dançar pelo mesmo motivo.

E mais legal são as surpresas do interior. Sempre tem uma. Ano retrasado foram duas: Guará e Ponte. Em 2007, São Caetano e BRaga. Em 2009 podemos destacar o Santo André. É inegável que a idéia da Federação ao dar quatro vagas para a semi-final é que classifiquem os quatro "grandes", mas isso só ocorreu ano passado.

Mas, se por um lado podemos chamar o Paulistão de super-Estadual, ou mini-Brasileiro, podemos nomear o torneio de campeonato da hipocrisia. E não por parte de clubes, dirigentes ou jogadores, mas por torcedores.

Todo ano a mesma merda: o time campeão enaltece o Paulista, os torcedores saem comemorando e tudo mais. Os outros torcedores dizem "e daí? Ganhou o paulistinha!". No outro ano trocam os papéis. Exemplo prático: ano de 2007, Santos campeão. Santistas só festa, mil e dois palmeirenses dizendo que Paulista não vale nada. Passemos a 2008. Agora os santistas menosprezam e os palmeirenses comemoram. E, diga-se de passagem, será assim por muito tempo.

E de aquecimento, vai um história que não sai da minha cabça, apesar de anos já terem se passado, e que ilustra bem a "hipocrisia do torcedor no Paulista". Mais uma vez voltando para 2007. O jogo é o da volta da semi-final entre São Paulo e São Caetano, que terminaria com vitória do Azulão por 4x1.

Antes do jogo, minha tia, são paulina doente dizia: "nossa, é legal esse mata-mata, emoção. Adoro isso". Final do jogo, 4x1, e novo discurso: "esse negócio de mata-mata é sacanagem. O certo era premiar o melhor". Quase perguntei sobre se o resulatdo tinha mudado de idéia, mas me contentei em avisá-la que se assim fosse, o título era do Santos. Depois de uma hesitação, um silêncio irritante e a certeza de que discutir com torcedor é fogo...

Nenhum comentário: