quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Peixe só empata com a Ponte

Escrevi recentemente que julgo o Peixe como a incógnita do ano. Não me surpreendo com nada. Pode brigar por títulos e ter ano perfeito. Pode ter um ano trágico com outra briga contra o rebaixamento. E sem causar maiores surpresas.

O Peixe estreou sob forte suspeitas de todos os lados. Imprensa, torcedores etc. Mesmo assim foi lá e com show da dupla Ganso e Neymar, meteu 4x0 no Rio Branco, já fazendo todos suspirar e lembrar dos "Meninos da Vila". Hoje, novamente, o Peixe entrou em campo. Todavia, sob olhares diferentes. No domingo a expectativa era de decepção. Todos viram um peixe envolvente, isso sim. Encantou muitos que assistiram. Hoje, apesar do adversário com mais nome atualmente, a expectativa era oposta. Esperava-se mais uma exibição de gala. E não foi, novamente, o que se viu.

O início de jogo foi de pressão. Uma blitz. Com cinco minutos, o peixe já tinha dado três boas chegadas. A marcação pontepretana decepcionava. Duas vezes seguidas um jogador recebeu nas costas da marcação. Por pouco não saiu do gol. A pressão seguiu até os 15, com a Ponte só olhando. Ségio Guedes percebeu e quis colocar Tinga. Ele precisava reforçar o meio, Danilo Neco se contundiu e resolveu a dúvida de quem tirar. (ele teria opções diversas: o próprio Neco, recuando um pouco, mas mantendo estrutura, o Leandrinho, esse sem mexer em nada na estrutura tática, Finazzi, deixando o time sem referência, mas mais rápido e mais como deveria estar - a referência estava sendo inútil- ou ainda Galiardo, um volante grosso demais, porém deixaria o time ainda mais ofensivo). Neco era a melhor opção mesmo.

A medida funcionou e a pressão santista diminuiu. A Ponte conseguiu chegar duas vezes, mas ainda era tímida demais. Tenho pra mim, falando da tática, que a Ponte, tendo em seus laterais as grandes chances ofensivas, que o esquema deveria ser o 3-5-2, liberando mais Vicente e Edílson. O Santos atacava muito pela esquerda, mas sem grande sucesso. E o primeiro tempo ficou no 0x0.

A segunda etapa começou quase igual à primeira. Uma pressão incrível do peixe. Aos 40 segundos, defesaça de Martini e quase gol no rebote. Aos 2, enfim, o gol saiu. Outra defesaça do ótimo Eduardo Martini, mas a bola caiu para André, o garoto não perdoou. Aliás, é bem melhor que o Kléber Pereira.

Todavia, muda o ano, mas as manias seguem as mesmas. E lá veio a sabedoria. O Peixe recuou, e não me venham dizer que é normal. Normal era seguir a pressão e matar o jogo. A Ponte começou a gostar do jogo, se animou e pimba. Numa falha da marcação santista, empatou com as costas de Jean.

Novamente o Santos partiu pra pressão, mas nem com as faltas frontais que Galiardo fez conseguiu mexer no placar. E assim, o segundo tempo, que começou como o primeiro na pressão, terminou também como este, empatado. Desta vez, 1x1.

O jogo ilustra o perigo de colocar tudo nas mãos de garotos, que ainda apresentam altos e baixos o tempo todo. Oscilam, e é normal que sito ocorra. E a defesa, ainda que sem o entrosamento necessário, mostrou grande fragilidade. Engana-se porém quem pensa que a Ponte não as tem. Sérgio Guedes achou o empate, e tem muito a trabalhar.

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