domingo, 17 de janeiro de 2010

Estreia clássica

Agora sim, escreverei sobre o jogo da rodada, São Paulo e Portuguesa, o mais atraente pré e pós jogo. Pré por razões óbvias. Era o grande clássico da primeira rodada do torneio, e, a julgar pelos times, o jogo mais aguardado também, seguido de Ponte e Santo André. Há quem não julgue clássico, enfim, fica por conta do leitor.

O professor Ricardo Gomes começou cagando geral. Fez o que queria ano passado, mas não conseguiu, e o que eu tanto alertei que não pode ser feito por questões óbvias. Meteu o time no 4-4-2. A tática é importante no futebol, para alguns é chatice, pra outros modo de exibir conhecimentos da bola, em geral errôneos. Enfim, mas ela é importante.

Várias vezes já me perguntaram em rodas de discussões de futebol, qual seria meu esquema preferido. O amigo leitor pode até ter tal esquema predileto, mas isso pensando numa seleção. Num clube, não rola. Deve-se saber ver o que o time, o que o elenco apresenta.

Claro que um 4-4-2 é mais vistoso que um 3-5-2, RG via isso na França. Todavia, existem vários motivos deste elenco que não permitem este uso. Primeiro e mais importante, pelo simples fato do time estar jogando num esquema há três anos, e sendo vitorioso no período. Segundo porque tem um André Dias, que se é um dos melhores do país com 3 zegueiros, é trágico num 4-4-2. Renato Silva também é melhor com 3 zagueiros. Terceiro lugar, e mais importante de tudo: alas.

Para montar um 3-5-2, ao contrário do que se pensa, o primordial não é ter 3 bons zagueiros, e a imprensa mostra todo seu conhecimento futebolístico na coletiva do Muricy ao perguntar por ESTE motivo. O que faz este esquema é a presença de alas. Porra, Armero e Figueroa não são. Eles são laterais. Não adianta, 4-4-2 e Léo, Maurício ou Danilo que conheçam o banco (o que aliás é bom, ter reserva à altura do titular...). O Tricolor tem problema oposto. Só tem alas. Jean é meia, Júnior César não sabe marcar. Meu, qual a dúvida no esquema?

Agora, pior que mudar o esquema para 4-4-2 é o que fez o seu Ricardo Gomes. Pelamor, montou um esquema de várzea. Maravilhoso para se colocar no video-game, nos sonhos. Time ofensivo ao cubo. Mas... Percebam. Pra começo de conversa, dois zagueiros, com André Dias. Depois, de laterais, Jean e Jorge Wágner (!!!!!!!!!!!), cuja função já foi até de meia-armador, quase atacante. pra piorar, no meio, só Richarlyson marcando. Léo Lima e Hernanes saindo. Marcelinho e Dagoberto. Porra, ofensivamente uma beleza. Mas e a defesa? Rogério, bem como Marcos, não é santo. Bom avisar ao RG.

Pois bem. Por sorte do Tricolor, a Lusa começou com medo, muito atrás, nem contra-atacava direito. Resultado: foi dominada, não saía de trás. Lógico, se só atacava, o São Paulo não tinha problemas. Para atacar o time está bom. Um penal mal marcado poderia ter facilitado as coisas, mas foi desperdiçado. Mesmo assim, Paraíba fez um golaço.

A Lusa, no segundo tempo, resolveu jogar. E sem dificuldades encontrou espaços na aberta defesa são paulina. Fez um, dois, três. Poderia ter feito 4, 5. Vitória justa. E esperada.

Não é impossível mudar o esquema são paulino, porém, até isso acontecer, pelas peças que se tem e pela paciência do futebol brasileiro com treinador, RG já será um novo desempregado do país...

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